quarta-feira, outubro 18, 2006

A uma escorpiana...

Foi com um beijo molhado do orvalho do amanhã que criei todos os meus sentimentos...
Sua boca tão doce e picante fez de mim algo que não sei e não sou...
Nunca tive medo do amanhã, viver intensamente para mim é algo certo...
Minha tristeza está em esperar este próximo beijo que nunca chegou...

Quando me procurares, leva contigo toda a saudade que um dia eu guardei...
Talvez me ache com a barba por fazer, sem sorriso no rosto, com os olhos molhados e tristes caminhando...
Quem sabe eu supero e você não me encontre, posso eu aparecer ao seu lado de repente, mais um amante, mais um amigo...
Sonhar nunca foi seu forte, viver é teu canto...
A ilusão sempre foi minha de acreditar que o amanhã ja passou...
Que as aves tristes ja pousaram...mas como disse...não passa de ilusão...
As asas dos anjos ainda fazem a brisa levar consigo o cheiro da terra molhada...tempos passam e não sei qual caminho percorrer, me encontrar?
Procure na bruma mais densa, na clareira mais profunda, no mais distante vale, onde todo o mar desemboca, lá fica minha casinha de saudades e lembranças...quando chegar lá e não me encontrar, não se preocupe, não fui eu quem sumi deste mundo...



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