terça-feira, agosto 29, 2006

Caminhar

Passo a passo
Fixando manchas na areia
Que o vento deixou
Passo a passo

O relógio já parou
Dias em que o tempo não lembrou
Passo a passo
O tempo que passou

Quando eu era bem pequeno
Queria conhecer todo o mundo
Girar nele por um segundo
Passando por todos os lugares

Queria ler todos os livros
Saber das estrelas todos os nomes
Sonhar com novos amores
Conhecer o fundo do mar

Meu desejo era voar sem asas
Correr nos pensamentos
Ter certeza de meus sonhos
Não correr riscos

Mas o vento sempre me lembrou
Que se eu quiser tenho que buscar
Nada se consegue sem perseguir seus sonhos, sempre...
Passo a Passo!

sábado, agosto 19, 2006

Um cigarro aceso...

Fogo...
Barrulho...Fumaça...
Alívio de tanto estresse
Toda a tristeza e os pensamentos são esvasiados

Puxa, Fumaça...solta...
O prazer toma conta da mente
Esquece-se problemas, lugares nomes
O calor aumenta

Tudo vai com o cigarro
cada tragada é um pouco que a vida leva de tristeza
Respira...tosse, fumaça
E a vida se esvai e a morte vai chegando

Traga, cai, se perde
A ultima fagulha se apaga
Do prazer a ultima lembraça
Do cigarro apenas o filtro cheio de lembranças previamente esquecidas...

quarta-feira, agosto 09, 2006

Uma chance para um menino em Israel...

Hoje quando olhei para o céu disse para minha mãe: -Olha mamãe é uma estrela cadente – e ela com um sorriso e muitas lágrimas disse: Está não realiza pedidos, apenas destrói chances.
Fiquei muito triste porque eu queria fazer um pedido, queria que meus medos sumissem, mas então, ouço um grito e muito choro, vozes, vórtices, mortes.Até hoje não entendi porque se chora tanto quando as pessoas estão dormindo.Lembro de quando minha avó foi dormir, quando fui dar tchau para ela vi aquele mar de flores e tive certeza, o lugar dela era ali no meio do jardim, ela sempre disse que gostava de flores.Mas todos choravam, e eu não, minha avó está apenas dormindo, ela devia estar muito cansada, afinal ela vivia no hospital com uns olhos escuros que faziam um túnel dentro da vida, lembro dos olhos da minha avó, ela disse que são olhos de quem já viveu um pouco e enfrentou muitos medos, eu queria pedir para aquela estrela que eu pudesse vencer todos meus medos, e quando não a vi mais no céu, ouvi um barulho tão grande que pensei que a estrela tinha feito da Terra uma rosquinha, com um buraco fundo como os olhos de minha avó.
Mamãe começou a chorar, disse que tinha medo dos barulhos que essas estrelas faziam, tinha medo de muita coisa a mamãe, e como papai havia ficado em casa, conversando com um moço que segurava um cano nas mãos, enquanto papai dizia: -Dê uma chance, por favor, para ele uma chance, é tão novo.Tive então que confortar mamãe, disse para ela que ficasse tranqüila que eu protegeria ela, e que ela não precisava ter medo das estrelas quem mandou elas foi Papai do céu que gosta de estrelas como eu.Mamãe sorriu e não disse mais nada, estava pensando, gosto quando mamãe pensa.
Seus olhos ficam fundos como os da vovó e ela fica corajosa, decidiu ir lá fora.Estávamos em um buraquinho na estrada, mamãe disse que estávamos brincando de pique-esconde lá e ninguém podia nos ver, ela disse também que papai foi pego e foi dormir, porque a brincadeira cansa,chorava bastante. – Mamãe, papai só foi dormir, logo logo ele vem continuar a brincadeira, acho que ela não me entendeu, porque não parou de chorar. Levantou e foi ver lá fora se o moço que pegou papai estava perto. De repente ouvi um barulho e mamãe caiu no chão, era de noite e eu estava com muito sono, ela veio engatinhando, me deu um beijo quente, estava sangrando, disse que tinha feito um corte pequeno e que ia dormi. Também quis dormir, ela me abraçou e soluçou, me deu um beijo e eu dormi tão bem, adoro quando a mamãe dorme comigo.
-Mamãe, mamãe acorda, mamãe já amanheceu, vem vamos ver se o papai acordou, talvez a vovó tenha acordado com tantas estrelas que caíram e fizeram barulho, mamãe tem um moço aqui.Mamãe vem ele estendeu a mão disse para a gente se entregar, acho que a brincadeira acabou.Mamãe, mamãe...eu não quero ir sem você, vem, vem comigo que eu vou te colocar na cama, eu canto pra você dormir, vem mamãe! Eu vou cantar pra você, mamãe...MAMÂE!(chorando).Boi, boi, boi, boi da cara preta pega esse menino que tem medo de careta...Mamãe canta comigo.Vai...
Até o soldado chorou...

sábado, agosto 05, 2006

Nuvens...

Nuvens...

São tão sólidas como meus sonhos, um dia deixado para traz para enfrentar a realidade que o futuro esqueceu.Nossa vida um dia será como o céu, assim metamorfaseante fazendo as estrelas dos nossos desejos sumindo, e só as nuvens lá estarão...
Sombras que vagam pela Terra, enchendo de manchas o rosto de Gaia.Quanto tempo demora para o Sol abrir sua face? e a Lua será que ela brilhará e nos dará saudade dos medos infantis.Queria fazer diferente, sonhar mais alto e saber o que é a vida, mas o tempo não para e eu naum sei que caminho seguir.
Podemos tentar escrever, fazer do mundo um lugar melhor, a vida são páginas em branco manchadas das nuvens difíceis de dissipar.Agora nem que todas as canetas do mundo escrevessem eu teria coragem de acreditar...Meu medo não dissipa e as estrelas, estáticas nem querem mais brilhar.
Como viverei sabendo que meus desejos não são palpáveis e que as tristezas não são impossiveis...
Tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum tum...
parou o desejo, a vida e a verdade...
Parou o coração...
Linhas do Tempo


São tênues os fios que passam
São longas as linhas que embaranharam
É triste como uma é o todo
E todas são linhas de um emaranhado

Somos filhos de um mesmo elemento
Vivemos com um mesmo desejo
Queremos um mesmo querer
Sonhamos que sabemos viver

E onde se cruzam as linhas
Talvez em mão de cigana
ou em tapete grego

Medo, dos mesmos todos são pegos
E ninguém realmente engana
As linhas que se cruzam, mas seguem sozinhas...

sexta-feira, agosto 04, 2006

Vida...

Brilham as formas internas


Olhar perdido em minhas mãos
Cheiro de água barrenta
Gosto de terra em minhas mãos...

As vozes cheiram sangue
Os ventos perdidos na escuridão
Em um tempo ouviu-se um choro
e hoje encontramos o caixão

Temporal feito de sorrisos, mágoas e paixão
Vendaval que leva alegrias, anseios coragem
Deixando o vazio e a solidão
Tormentas que foram esquecidas em futuras ocasiões...

Quando o coração bate no peito, quando o tempo é só uma respiração
Encontre entre as verdades as lagrimas de sangue
Os medos do errar desta canção
Talvez me lamente de fugir desta fonte...

Tempos que são como a água deste rio da vida
turvo, poluído, escuro
sem rumo
só vida que passa...